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quarta-feira, 6 de março de 2019

Empresa que vendia seguidores nas redes sociais é proibida de atuar pela justiça

No começo do ano passado, o jornal New York Times fez a reportagem "Fábrica de Seguidores". Nela os jornalistas investigaram celebridades e "influenciadores" que tinham milhares de seguidores no Twitter e descobriram que por trás estava a Devumi Social Mídia Marketing, cujo negócio principal era vender seguidores.

Vender falsos seguidores começa a ser ilegal
A matéria informava que a empresa tinha uma base de 3,5 milhões de contas automatizadas que produziam para os seus clientes milhões de seguidores, curtidas e comentários no Twitter.

Condenada
A denúncia foi investigada pela polícia. O modo da empresa operar com seguidores falsos foi comprovado. A justiça do estado de Nova Iorque proibiu a Devumi de oferecer esse tipo de serviço. Pela primeira vez a atividade de vender seguidores, que estava numa área cinza da lei, foi considerada ilegal.

O site da Devumi Social Midia Marketing informa que não está mais aceitando clientes e indica aos interessados três empresas.

Apoio da legislação
A decisão é positiva para os que atuam no marketing digital, especialmente devido ao crescimento do marketing de influenciadores. As grandes marcas pagam muito para atingir o público que muitas vezes pode não existir. O mercado dos influenciadores precisa de credibilidade para se fortalecer junto aos clientes e não é com robôs e falsos seguidores que isso irá acontecer.

Marketing digital e de influenciadores
De acordo com dados coletados pela Captiv8, empresa que conecta influenciadores a marcas, um influenciador com mil seguidores pode ganhar dois mil dólares por um tweet promocional, enquanto um com um milhão pode ganhar vinte mil dólares.

Motivos dos compradores
Os compradores, alguns alegavam que não sabiam que os seguidores eram falsos, agiam por várias motivações. Uns tinham que mostrar resultados nas empresas que trabalhavam para não serem mandados embora, outros famosos não poderiam ficar com poucos seguidores para não terem sua fama abalada perante a opinião pública, concorrentes, empresas.

Posição das plataformas sociais
De acordo com estimativas o Twitter tem 48 milhões de contas projetadas para simular pessoas reais e o Facebook 60 milhões. Elas podem ajudar a influenciar o público da publicidade e os debates políticos, defraudar empresas e destruir reputações.

As plataformas já lutam contra essa forma de atuação estabelecendo controles internos para eliminar perfis falsos e agora o poder público começa a caracterizar esse tipo de negócio como ilegal.

E você, já comprou seguidores?